Tipo/ano
TESE/2009
Local
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
RESUMO
Restinga é vegetação assentada sobre neossolos quartzarênicos do Quaternário e sua composição florística é considerada uma extensão da floresta atlântica ou de ecossistemas adjacentes. A presente tese traz dois trabalhos realizados nas restingas do estado do Piauí, cujo litoral pertence à porção setentrional do litoral nordestino. Este estudo foi composto por dois capítulos. O primeiro tratou de verificar se as restingas do Piauí apresentam composição florística originada em seus ecossistemas adjacentes (Caatinga, Cerrado) ou transição Caatinga-Cerrado. Este trabalho traz o levantamento das áreas situadas nos municípios de Ilha Grande, Parnaíba e Luiz Correia, pertencentes à Área de Preservação Ambiental do Delta do Parnaíba. As coletas foram realizadas entre Julho/2005 e Junho/2007. O estudo sobre distribuição de espécies lenhosas baseou-se nas listas de outros levantamentos em restingas nordestinas. Montou-se uma matriz de ausência/presença para calcular análises multivariadas (Média de Grupo–UPGMA) e o índice de Jaccard, determinando a similaridade florística, comparando-se com dados de outras restingas e ecossistemas adjacentes. Foram encontradas 213 espécies pertencentes a 53 famílias botânicas, das quais 11,4% de lenhosas exclusivas às restingas estudadas. A forma de vida predominante (43,65%) foi a de nanofanerófitos, similar ao que ocorre em outras restingas brasileiras. As famílias mais representativas foram Fabaceae (45 spp.), Euphorbiaceae (15 spp.) e Bignoniaceae (10 spp.). Suas fisionomias são semelhantes às demais restingas brasileiras (campos, fruticetos e florestas). O levantamento mostrou espécies comuns a outras áreas como: Cyperus maritimus, Remirea maritima, Guettarda platypoda, Manilkara triflora, Abrus precatorius, Matelea maritima, entre outras. O estudo da similaridade apontou que existe maior similaridade com as demais restingas nordestinas, intrinsecamente relacionadas à floresta atlântica em sua composição, do que com os ecossistemas a elas adjacentes. O segundo capítulo tratou sobre a estrutura da vegetação e da sua relação com a composição química e física do solo, para as mesmas áreas utilizadas no estudo florístico. A hipótese testada foi de que os fatores edáficos influenciam na estrutura de cada uma das restingas piauienses, de modo diferente, além destas apresentarem padrão estrutural semelhante as demais restingas nordestinas. Para o estudo da estrutura foi utilizado o método dos quadrantes. Foram coletadas amostras do solo das áreas para determinação de suas variáveis químicas e físicas. Foram construídos perfis de cada área demonstrando a estrutura predominante. Utilizando-se a Análise de Correspondência Canônica foram comparadas as variáveis edáficas com as espécies encontradas. As restingas estudadas apresentaram fisionomias similares às demais restingas nordestinas, com um índice de diversidade de Shannon menor. A análise canônica permitiu concluir que a distribuição de espécies foi influenciada por alguns fatores edáficos.
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