06 fevereiro 2012

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DA VEGETAÇÃO DE RESTINGA DO ESTADO DO PIAUÍ


FRANCISCO SOARES SANTOS-FILHO (lattes)
Tipo/ano
TESE/2009
Local
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

RESUMO

Restinga  é  vegetação  assentada  sobre  neossolos  quartzarênicos  do  Quaternário  e  sua composição  florística  é  considerada  uma  extensão  da  floresta  atlântica  ou  de  ecossistemas adjacentes.  A  presente  tese  traz  dois  trabalhos  realizados  nas  restingas  do  estado  do  Piauí, cujo litoral pertence à porção setentrional do litoral nordestino. Este estudo foi composto por dois capítulos. O primeiro tratou de verificar se as restingas do Piauí apresentam composição florística  originada  em  seus  ecossistemas  adjacentes  (Caatinga,  Cerrado)  ou  transição Caatinga-Cerrado. Este  trabalho  traz  o  levantamento  das  áreas  situadas  nos  municípios  de  Ilha Grande, Parnaíba e Luiz Correia, pertencentes à Área de Preservação Ambiental do Delta do Parnaíba. As  coletas  foram  realizadas  entre Julho/2005  e  Junho/2007.  O  estudo  sobre  distribuição  de  espécies lenhosas  baseou-se  nas  listas  de  outros  levantamentos  em  restingas  nordestinas.  Montou-se  uma matriz  de  ausência/presença  para  calcular  análises multivariadas  (Média  de  Grupo–UPGMA)  e  o índice  de  Jaccard,  determinando  a  similaridade  florística,  comparando-se  com  dados de  outras restingas  e  ecossistemas  adjacentes.  Foram  encontradas  213  espécies  pertencentes  a  53  famílias botânicas,  das  quais  11,4%  de  lenhosas  exclusivas  às  restingas  estudadas.  A  forma  de  vida predominante (43,65%) foi a de nanofanerófitos, similar ao que ocorre em outras restingas brasileiras. As  famílias  mais  representativas foram  Fabaceae (45 spp.),  Euphorbiaceae (15 spp.)  e  Bignoniaceae (10  spp.).  Suas  fisionomias  são  semelhantes  às  demais  restingas  brasileiras  (campos,  fruticetos  e florestas).  O  levantamento  mostrou  espécies  comuns  a  outras  áreas  como:  Cyperus maritimus, Remirea  maritima, Guettarda  platypoda, Manilkara  triflora, Abrus  precatorius, Matelea  maritima,  entre  outras.  O  estudo  da  similaridade  apontou  que  existe  maior similaridade  com  as  demais  restingas  nordestinas,  intrinsecamente  relacionadas  à  floresta atlântica  em  sua  composição,  do  que  com  os  ecossistemas  a  elas  adjacentes.  O  segundo capítulo tratou sobre a estrutura da vegetação e da sua relação com a composição química e física do solo, para as mesmas áreas utilizadas no estudo florístico. A hipótese testada foi de que os fatores edáficos influenciam na estrutura de cada uma das restingas piauienses, de modo diferente, além destas apresentarem padrão estrutural semelhante as demais restingas nordestinas. Para o estudo da estrutura foi utilizado o método dos quadrantes. Foram coletadas amostras do solo das áreas para determinação  de  suas  variáveis  químicas  e  físicas.  Foram  construídos  perfis  de  cada  área demonstrando  a  estrutura  predominante.  Utilizando-se  a  Análise  de  Correspondência Canônica foram comparadas as variáveis edáficas com as espécies encontradas. As restingas estudadas apresentaram fisionomias similares às demais restingas nordestinas, com um índice de diversidade de Shannon menor. A análise canônica permitiu concluir que a distribuição de espécies foi influenciada por alguns fatores edáficos.

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